PRIMEIRA VEZ






Não foi numa cama qualquer, que eu te fiz… Mulher.
No teu rosto naquele dia estava estampada uma grande palidez.
Talvez fruto de um qualquer medo ou timidez.
Eu! 
Sabia que o início da tua sexualidade seria um momento muito importante e marcante na tua vida futura e presente.
Por isso toda a tua sedução foi premeditadamente, calma, doce e envolvente.

Tínhamos vivido já um longo período de afectos, durante o qual tudo fiz para que entre nós despertasse o desejo e a emoção.
Depois quando achei que estavas já madura par o fazer, comecei então… a te envolver e, a falar de coisas que só a dois podíamos fazer.
Falei-te de fantasias sem dor, falei-te de histórias de amor.
Falei-te de muita paixão, falei-te do sexo e da tua invasão.
Nunca te pressionando sempre que me dizias “ainda não”.
A decisão de fazermos pela primeira vez amor, era sempre por mim muito desejada, mas sempre, soube ser paciente e perceber a tua indecisão.
Claro que sempre te cercava de factores externos que de certa forma te influenciavam e induziam para essa experiência.
Quando juntos…
A queimar estava sempre um pau de incenso.
A música sempre baixa e sempre romântica.
A cama sempre preparada e por pétalas de rosas brancas entretanto nela espalhadas… mantinha-se perfumada.
A luz indirecta tornava o ambiente acolhedor, e mostrava-me de uma forma diferente o teu corpo tão sedutor.



Um corpo que eu ali despia com o meu olhar.



Um corpo de curvas e formas desconhecidas e que eu… 
tanto desejava entre os meus braços ter e, que mais tarde não pararam de me surpreender.

Não! Não foi de uma forma qualquer, que eu te fiz… Mulher.
Vivemos antes disso, conversas entusiasmantes, risos contagiantes e juntamos a isso muita cumplicidade.
Passeamos de mãos dadas, simplesmente sorrindo.
Perdi-me vezes sem conta no brilho dos teus olhos.
E sempre por ti … fascinado me senti.
E se umas vezes eu… o teu rosto acariciava…
Outras…
Simplesmente, o teu longo cabelo preto dos teus olhos afastava.
E assim a gente continuava a nossa caminhada, de quando em quando parada, para te beijar… no pescoço, na face e na boca.
Assim eu ia lentamente consolidando terreno e despertando em ti desejos e emoções.
Hoje!
Não sei o tempo que demorou a tua sedução.
Já não lembro sequer o dia exacto em que por teres relaxado consegui finalmente a tua rendição.
Mas ali naquele dia, no meu apartamento organizado, limpo, acolhedor e previamente preparado…
Eu...
Te abracei. E te assustei, quando te disse….Deixas-me louco.

Depois, sobre ti me debrucei…
E a tua linda e entreaberta boca… beijei, beijei, beijei.
Ao ouvido palavras doces te murmurei, palavras que te aturdiam e confundiam.
Brinquei com os teus lóbulos, lambi o teu pescoço enquanto desapertava o teu vestido e te deixava em completo alvoroço.
Estava surpreendido com a beleza do teu corpo, com o desenho perfeito de todas essas linhas e curvas.
E disse-te.
Vestida sempre foste o meu querer.
Mas agora, que te vejo nua… És linda de morrer.
Ambos estávamos nus.
Os nossos corpos se enlaçaram como eu gosto, de uma forma lenta, doce e quente. 
Eu estava absolutamente entregue, acariciava o teu peito mordia suavemente os teu mamilos já erectos. 
Já tu! 
Estremeceste de prazer e por um instante tudo esqueceste.
E baixinho, me disseste! Penetra-me.
Seria um desmiolado se ali a teu pedido e sabendo que ainda não estavas estimulada, que ainda não estavas preparada…
Eu investisse sobre ti com todas as minhas forças.

E depois como poderia desenvolver-se uma relação que acabaria por não correr de forma satisfatória para ti.
Paramos, e sentados no colo, um do outro, ali ficamos a conversar.
O sexo entre humanos não deve ser coisa instintiva. Disse-te eu. 
O sexo aprende-se.
E eu; quero que a tua primeira experiência sexual seja de grande riqueza e não de uma franciscana pobreza.
Quero que ela prevaleça no teu corpo e na tua cabeça.
Quero que ela não seja apenas uma brisa ou uma aragem, mas que se tatue no teu corpo… como verdadeira tatuagem.
Não quero ser apenas o homem que te tenta em vão acordar com um beijo.
Mas sim…

Ter o beijo de homem, que desperta em ti, minha querida, a mulher…e a fera adormecida.
Quero que depois de mim, seja nesta ou noutras camas, quando tiveres nelas o amor presente, não sejas…
Mulher calada e paciente, mas sim… Mulher sempre exigente.
Estavas numa idade em que já tinhas corpo de mulher, capacidade para gozar como uma mulher mas continuavas a ter a ignorância de uma menina.
Uma menina, cheia de medos de dúvidas e que desconhecia como tudo pode ser frustrante e decepcionante se a sua primeira viagem ao paraíso, for rápida, curta e feita sem juízo.
Por isso…
De novo te beijei e enquanto o fazia, a minha mão á tua púbis levei e massajei, massajei.

Fiz-te suar e desesperar. Gemer e gritar.
Eu!

Te despi, te banhei, te ensaboei e enxaguei.
Eu!

Por longas horas te beijei e masturbei.
Tu estavas de mais. E adoravas todos aqueles trabalhos manuais.
De novo beijos e mais e mais beijos, uma vezes, simples outras com pormenor requintado, partilhando um doce bombom ou frutos de sabor adocicado.
Era agora chegada a hora de te dar a provar o beijo dos sexos.
O doce encontro do pénis com o monte-de-vénus.
Dizem, que o roço dos corpos gera afeição, por isso… estava na hora de o experimentares.
Balançado a pélvis para a frente e para trás, pressionando assim o teu monte-de-vénus e excitando o teu danadinho clítoris ia lentamente roçando o meu corpo no teu e gerando a tua estimulação clitoriana.
Tu te sentias em brasas, para chegar lá… mas eu para tua inquietação, sempre te cortava as asas.
Até que percebi…
Que tinha para ti… chegado o momento de dares asas ao teu contentamento.

Ardias em desejo e tesão. E assim…
Foi grande, em pouco tempo… a tua transformação.
A tua boca de espanto de abriu quando o meu sexo o teu invadiu.

O tempo para ti parou.
O teu rosto vermelho ficou.
E o teu corpo a viagem para o céu iniciou.
Uma viagem alucinante mas sempre feita de forma interessante. 
Penetrada inicialmente apenas de forma superficial, tu sentias o gozo dos meus empurrões curtos e rápidos na parte inicial do teu percurso vaginal.
Pouco a pouco e de forma sempre lenta e excitante deu-se a tua total penetração.

Tu…
Em poucos segundos…
Foste, vieste e voltaste.
Gostaste e recomeçaste
Eu…
Tive então que a minha cavalgada dentro de ti refrear, para que tu recebesses a estimulação adequada.
E ali mesmo naquele primeiro acto de te ter…
Eu me deliciei com a tua grande capacidade orgástica e também ouvindo-te baixinho… de prazer… gemer.
Teu corpo suado e os teus cabelos longos e molhados, não enganavam.
Soubeste esperar, libertar a mente e o teu corpo guiado por mim… segui-te sem parar, até o clímax alcançar.
Mas havia mais… Muito mais para te ensinar.


Mesmo depois! 
De te invadir
Mesmo depois! 
De te penetrar.


II


Tudo tinha corrido bem, na sua primeira vez.
Ela!
Estavas ainda, como que encantada.
Feliz e emocionada… por ter sido, mulher realizada…
E, de forma meiga e doce, mulher verdadeiramente, amada.
Voltou por isso nos dias seguintes ao meu quarto arrumado e que ainda pelo seu perfume de mulher, estava impregnado.
Sempre que chegava logo me pedias um beijo.
E eu! Nunca o recusava, sempre lho dava violentamente e com paixão, enquanto os meus braços à volta do seu pescoço passava.
Depois, sem pressa… e por todo o longo tempo que o meu beijo durava… eu, todo o seu corpo com as minhas delicadas mãos acarinhava.
Ao seu ouvido, eu…não me cansava de dizer…
És uma linda Mulher.


És fonte de vida mas também do meu prazer.
Por isso… 
Nunca me cansarei de te querer.

Vem meu amor! 

Vem! Que eu te quero de novo entre os meus lençóis e os meus deditos perder entre os teus lindos caracóis.
Na cama, já deitada…
O seu corpo lentamente, fui despindo, e enquanto o fazia… novas e já conhecidas emoções íamos sentindo.


Tirei-lhe a blusa 
de cambraia,
 Tirei-lhe a sua
 pequena saia.

Depois ajoelhei-me e, pondo os seus pés no meu regaço, tirei-lhe os sapatos e as meias de vidro, sempre lhe lançando um olhar… vivo e atrevido.

E sem nunca deixar de lhe tocar, lá lhe fui fazendo crescer o desejo de amar.
Ela! Me parecia… agitada e apressada.
Eu não a queria, fazer sofrer. 
Mas como, nunca fui homem de amar mulher a correr… 
Comecei então… a agir com método, envolvimento, paciência, humildade e adoração.
Sim! É verdade.
É tão profundamente belo o corpo de uma mulher que esse é de facto o termo correcto, para eu definir esse sentimento, que tão feliz, me faz. 
O sentimento de estar a viver um verdadeiro amor.
Um amor que nasce e cresce, livre da carga sensual e de todo o vício, que por vezes, a mulher sobre o homem… exerce.
Um amor, que para vingar da louca fase de paixão, terá sempre que assentar em bases sólidas de…
Tolerância, cumplicidade e confiança.
Já ela!
Querias saber tudo sobre o seu corpo.
Conhecê-lo melhor que ninguém.
E na cama… 
Se insinuava, me chamava e me pedia, que tudo sobre a arte de amar, eu lhe fosse ensinar.
Quando ela, já estava… por completo desnudada, eu me sentei na beira da cama observando toda a sua graciosidade, toda a sua sensualidade.
Sem pressa, desfiz o nó da gravata e despi a camisa.
Já nu.
Estendi-me na cama a seu lado.
E… encostando o meu corpo frio ao seu trémulo e ardente… demoradamente, a beijei… no ventre.
A sua aula ia agora começar.
Ela estava curiosa, e a sua cabeça…
Já há muito, que rodava, rodava, cheia de dúvidas e incerteza.
O seu olhar…
Vivo, inquieto e sempre atento… 
Não me causava transtorno ou tormento, pelo contrário…
inspirava-me, e dava-me alento.
Assim:
Sobre a fina e elástica membrana que cobria parcialmente a entrada da sua vagina, já não foi preciso falar.
Pois, já tinha percebido, que esse seu hímen, estava já definitivamente rompido…
Desde o dia em que a amei. 
Desde o delicioso momento em que a penetrei.
Desci então pelo seu corpo e sobre essa estreita passagem para o seu útero, lhe falei. 
Entre 9 e 12 cm de comprimento tem esse canal, que sempre aumenta de comprimento e de largura com a tua excitação sexual.
Mas desengana-te se pensas que é na tua vagina que reside o teu maior prazer. – Disse-lhe eu.
Ela é apenas… minha querida, a parte menos sensível da tua vulva.
Entretanto…
As minhas mãos todo o corpo dela exploravam.
Enquanto, as nossas línguas uma na outras se entrelaçavam.
Deixei então! A sua boca, e desci pelo seu corpo beijando e lambendo o seu pescoço, depois! 
Os ombros e, descendo mais um pouco, encontrei os seus seios…
E logo neles pude satisfazer todos os meus anseios.
Com a minha língua eu toquei os seus mamilos entumecidos de desejo, e cada um deles, eu cobri com um beijo.


Mordi-os 
com doçura.
Lambi-os 
com frescura.

E pelo seu corpo, continuei viajando, deixando os seus mamilos:
Rosados, duros e arrepiados.
A minha boca e a minha língua maliciosa, pela sua pele gostosa a viagem continuavam, descendo pelo seu corpo que de prazer já latejava.
Da sua boca escapavam então lânguidos gemidos e ousados suspiros.
Ela ofegava, e um amor eterno em voz alta me jurava.
Suavemente cheguei ao seu ventre quente.
E rapidamente…
Todo o seu corpo estremeceu e toda a sua musculatura enrijeceu.
Ela estava no auge do entusiasmo do interesse e da ilusão que lhe dava toda aquela visão.
Eu! Ardia em tesão.
Mas não podia correr o risco de por uma urgente penetração a fazer perder toda aquela excitação, que tanto a consolava e a mim me fascinava.
Afinal! Era para isso que eu ali estava.
Para que; todo aquele momento não fosse para ela ilusório mas sim plenamente satisfatório.
Para que; controlando a minha fantasia, pudesse elevar para altos níveis de emoção… todo o seu prazer e excitação.
E porque já à muito que não acredito que o orgasmo feminino é só vaginal… promovi então a sua exterior estimulação sexual.

Estava na hora de me fazer cigano, e de lhe arrancar um generoso orgasmo, solitário e clitoriano.





III


A minha passagem lenta e sensual pelo seu corpo tinha como primeiro objectivo despertar nela agradáveis sensações.
Lendo e interpretando o seu mapa erógeno eu com a excepção dos genitais a toquei e acariciei onde mais prazer eu sentia que lhe dava, deixando-a assim num angustiante desejo… mergulhada.
Depois!
De na mão dela… com a minha pegar, toda a sua zona genital eu a fiz acariciar.
Mas porque cada mulher gosta de uma forma especial de ser tocada, eu com ela fui conversando e assim… tentando perceber quais os movimentos que lhe davam maior prazer.


Mulher! 
È sempre um monte de interrogações...
E a sua masturbação…
É antes de tudo… 
um jogo de experimentações.

Sim! Gostará ela que o homem, aumente a intensidade e a rapidez dos seus movimentos quando já se sente mais excitada.
Ou pelo contrário…
Gostará mais que ele continue a estimula-la de forma lenta e pausada.
Seja como for…
Se o homem o fizer com paciência e amor…
Para ela…
Será sempre uma experiência inexplicável.
Um estado de excitação elevado.
Será simplesmente maravilhoso e ousado.
Era hora de começar.
Pois até ela alcançar o seu supremo prazer…
Havia ainda um longo caminho a percorrer.
E para o começar a fazer, nada melhor do que combinar as formas de a estimular e de lhe dar prazer.
Uma massagem geral sobre a vulva e sobre os seus pelos que a excite.
Uma massagem localizada. 
Que estimule o seu clítoris e lhe transmita uma grande sensação de prazer.
E depois! 
Muita meiguice, muito carinho por muito, muito tempo.
A descoberta do seu Monte-de-vénus, os grandes e os pequenos lábios acariciados com delicadeza e grandes cuidados (exterior e interiormente) deixavam-na quente perdida e ardente.
Depois o leve passeio dos dedos na abertura vaginal a fez tremer e baixinho gemer.
Mas foi o toque ousado e prolongado no seu clítoris dos meus dedos em saliva molhados, que lhe deu a estranha sensação de ali às minhas mãos estar de prazer a morrer.
Carícia meiga, lenta e feita de forma delicada.
Feita não apenas sobre a glande, mas também por cima do capuz e de toda a área circundante.
Carícia que a fazia levantar fervura num instante.
Carícia sempre começada com estimulação suave e que ia crescendo em emoção e intensidade.
Carícia que eu alternava entre um ritmo…
(mais ou menos rápido) – (mais ou menos lento)
Carícias que a excitavam sem angustiar.
Voltei a beijar o seu rosto, massajei-a de novo no pescoço.
Perdi-me mais uma vez nos seus seios, e em correria louca desci de novo pelo seu quente corpo, até ao seu ventre chegar, até o seu clítoris de novo encontrar.
Agora… 
Não apenas, para de novo o massajar, mas para entre o médio e o polegar o agarrar, o estimular e docemente o torturar.
Muito excitada, muito molhada…Ela! 
Ali estava… escrava, de um intenso prazer, que a consumia e matava.
E todo esse prazer, era eu e não outro… quem lho dava.
Levei-a ao ponto, horas depois do início do nosso encontro.
Mas para aumentar o seu prazer…
Sempre que pressentia que ia entrar no seu clímax, eu parava, e por uns segundos enquanto ele tremia, eu de amor… 
suspirava e recomeçava.
Depois de três ou quatro tentativas falhadas, lá a deixava levantar asas e pelo universo de grandes e intensos orgasmos viajar.
Cansado. Parei.
Mas ela queria continuar a daquele prazer desfrutar. 
Por isso sozinha, decidiu recomeçar.
Não o podias permitir. 
Tinha de a acompanhar, pois havia muito mais para lhe ensinar.
Deitei-a então de barriga para baixo. 
E lentamente a massajei e a pressionei contra o colchão da cama para que roçasse nele a sua púbis.
De novo a fiz virar e mudando a técnica masturbatória, o seu monte de Vénus com a palma da mão, comecei a pressionar.
Depois, com um só dedo… o seu ponto (G) - procurei tocar, sem nunca o clítoris deixar de estimular.
Ela lutou, todos os limites, até aí conhecidos…ultrapassou e, logo no mundo maravilhoso de múltiplos orgasmos, conduzida por mim, sem medo… entrou.


Não a deixei desistir no primeiro.
Não a deixei desistir no segundo.

E sempre que ela alcançava o clímax eu apenas lhe dava uns segundos de pausa e, recomeçava.

Ela corava, se agitava, ria e chorava.
E eu, só baixei os braços quando me pareceu que ela por aquilo estava já… muito deslumbrada.
Fizemos então amor. 
Como se fosse a sua primeira vez.
Amor! Com paixão e sentimento.
Sentindo o bater dos corações e á flor da pele todos os cheiros e emoções.
Fizemos amor…Sem ir a direito.
E enquanto lentamente a penetrava, com a mão eu meigamente a estimulava.
Ela! Estava mais madura. Mais doce e molhada e segura
Disse-lhe então… Que num outro dia, outra aula lhe daria.
Caídos sobre a cama, sequiosos e cansados, bebemos champanhe e adormecemos um ao outro agarrados.




IV


Apesar de ser Inverno, a manhã do dia seguinte nasceu como as anteriores, primaveril.
Amenos raios de sol que pela janela entravam todo o quarto e a longa e esbelta perna dela descuidadamente fora dos lençóis iluminavam.
Era uma visão de encantar e que não parava de me inquietar.
Nasceu naquele instante dentro de mim um novo e forte desejo.
Sobre ela me debrucei…
E depois de um carinho feito nos seus finos e sedosos fios de cabelo, com extrema doçura… aquela boca entreaberta e atraente, beijei.
Ela!
Acordou, imóvel ficou e, com aquele beijo que traduzia a minha paixão e o meu desejo, gozou, gozou.
Ao contrário do dia anterior a sua perna ali a meus olhos, semi-desnudada deu-me a ideia de começar por baixo.
Brinquei com os seus pés.
Ora mordiscando-os ora acariciando-os.
Ferrando-os ou lambendo-os eu brinquei com os seus dedos.
Lhe causando cócegas e medos.
Não sei o que ela naquele momento sentiu, mas sei que se mexeu e se abriu.
Em luxúria pela parte interna das suas coxas fui subindo, lambendo e humedecendo aquela pele morena e macia.
Depois voltava a trás e soprava o meu ar quente nas zonas que tinha humedecido. E ela… 
soltava em cada sopro meu um lúcido gemido.
A minha mão inquieta sobre o seu ventre fazia-a entrar num estado de necessidade premente.
E quando a minha boca ao seu ventre chegava e quando ela adivinhando que o momento tão ansiado acontecia…


Eu de novo partia.

Por longo tempo naquela manhã, dentro daquele quarto iluminado por raios de sol se viveu o amor em grande magia.


Eu estava a deixar o jogo picante…
Primeiro para a excitar.
Depois para a tornar uma boa amante.

Lentamente…

E em crescendo..
Eu! Investia e recuava muito suavemente.
Fazia-o…
Não para que a loucura do querer e não ter dela tomasse posse, mas apenas e só… para lhe fazer fome.


Fome de amor.

Estava tarde… 
Era preciso daquela cama levantar para um novo dia começar, mas vendo-a ainda ensonada, logo pensei que a sua penetração assim a frio, podia ser desastrada.
Então!
Acelerei a sua estimulação, elevei ao máximo o seu tesão, e percebendo que o seu orgasmo iria acontecer a todo o instante, eu a conduzi ao seu clímax, em ritmo certo e constante.
Estava agora acordada.
Erecta e molhada.
Estava pronta para ser amada.
Mesmo que aquela foda matinal ao contrário de correr bem, corresse mal, estava já garantido o seu prazer final.


No banho, disse-me…
És, romântico e dedicado.


Sim! Respondi…

Vivo apenas para na cama ser antes de tudo…
Todo o teu, prazer… 
E todo o teu, pecado.
Antes de nos separarmos disse-lhe!
Até aqui foste sempre no amor… mulher passiva.
Mas agora, minha querida! 
Tens de aprender a ser criativa, mulher mais activa, desinibida, picante e atrevida.
Por isso, temos de falar, de na cama juntos muito treinar, de novas técnicas de amar experimentar.
E porque no amor tudo é normal. Quando eu estiver na cama em cima de ti vamos experimentar o alinhamento corporal ou coital.
Talvez não tivesse entendido o que eu queria dizer.
Talvez até não soubesse como o fazer.
Mas estava longe de saber como de facto para ela seria intenso e valeria a pena.
Mas algo aconteceu!
Pois, passaram-se longas e dolorosas semanas, sem que eu tivesse notícias dela.


Meu ânimo desapareceu.
Meu coração entristeceu.

E o homem que eu era… para sempre ali morreu.


Não esqueci. 
E nunca perdoei.
Todo o longo tempo que por ela sangrei.

Minha alma…
Entrou em estado de latência.
E por ela nada me dizer, nunca lhe perdoei, aquela longa ausência.



V

Vivendo alheado a tudo o que me rodeava, o tempo por mim passou, passou, passou… até que um dia!
Ela voltou.
Exuberante. Mais bonita do que nunca.
Mas agora, nos seus olhos de mulher, eu já não via…
Toda aquela inocência de menina, que para ela, tanto me atraía.
Em todo este tempo!
Onde estiveste? O que fizeste?
Em todo este tempo!
Com quem andaste? A quem tu… te entregaste?
Estas…
Eram, as perguntas, que a mim próprio a mente me fazia.
Mas, que por delicadeza e amor, eu a ela… jamais colocaria.
Ficava-lhe bem o rímel nas pestanas.
Os seus olhos pareciam-me maiores e o seu olhar, muito mais profundo e intenso.
Estranhei também os seus lábios pintados de vermelho, embora tenha gostado do sabor do seu batom.
Como se nada de estranho se tivesse entre nós passado, saímos, jantamos e de mãos dadas passeamos.
Depois ao meu apartamento regressamos e, á cama onde juras de amor eterno, um ao outro…fizemos, voltamos.
Ao lado dela, mesmo não percebendo de imediato toda aquela sua transformação de menina para mulher o meu pensamento flutuava enquanto a minha mente fantasiava e erotizava.
Os nossos corpos, um no outro se roçavam.
Mas as bocas, teimosa e estranhamente se fechavam.
Era preciso quebrar o gelo.
Peguei na mão dela e meti-a dentro da minha cueca.
Dizendo-lhe baixinho. Vá… faz-lhe festinhas.
Esperei!
Esperei que ela de mente aberta… tomasse a atitude certa.
E tomou.
Seguindo o seu instinto, com a sua mão o acariciou, lhe deu vida e o transformou.
Ele estava a gostar de todo aquele estímulo físico. 
Depressa todas as sua cavernas se encheram de sangue e em poucos segundos …
Estava erecto.
Pronto para trabalho duro e exaustivo.
Pronto para entrar e sair… daquele local escuro e húmido onde ela gostava de para sempre… o ter e sentir.
Deixei-a brincar, usar e abusar. 
Afinal! Mesmo ela o fazendo desajeitadamente… Eu estava a gostar. E depois! 
Sempre haveria tempo para a ensinar a melhorar.
E foi assim, que lhe voltei a falar na proposta arrojada que ambos devíamos experimentar.
Aceitou.
Então!
Sobre ela me deitei e com mil cuidados a penetrei.
Depois!
Estando dentro dela o meu corpo para cima desloquei e as nossas pélvis alinhei.
E sem efectuar movimentos de vai e vem ou de empurrar e retirar, as nossas zonas pélvicas, começamos então a mexer, num ritmo cadenciado, completamente um ao outro colados quer para cima quer para baixo.
Ela dentro de si… a mexer o sentia, mas era o roço e a estimulação constante do seu monte púbico e do seu clítoris que a faziam soltar estridentes gemidos.
Agora e sem parar era preciso alternar.
Por isso lhe disse ao ouvido para ela o seu ventre um pouco mais levantar e, resistência oferecer às pancadinhas que o meu corpo no seu ia dar.
Para mim…
Estava difícil de suportar, pois só me apetecia… Meter e tirar.
Mas para que tudo saísse perfeito tive mesmo de aguentar.
E assim…


Batalhando e nela me esfregando.
Mexendo e remexendo.
Roçando e coçando.
Lá fomos juntos caminhando.

Estávamos agora os dois em perfeita sintonia.
E de corpos colados em movimentos precisos e estudados, depressa entramos juntos numa doce e intensa agonia.
A emoção foi grande e não pequena.
Os clímaxes simultâneos, radiosos e intensos.
Que mais dizer então, senão que…


Meu amor… Valeu a pena.

A madrugada tinha chegado, ela dormia, enquanto eu… cansado, mas ainda acordado, me perdia entre a visão da lua e também do seu maravilhoso corpo de mulher ali desnudado.
Muito havia ainda para dizer.
Muito havia ainda entre nós para fazer.
Mas não sabia o que na manhã seguinte entre nós iria acontecer.
Por isso, o melhor era mesmo também adormecer.
Estava frio.
Com os cobertores a tapei. 
Na sua face um só beijo, depositei e, agarradinho ao seu corpinho, dormi tranquilo… o meu soninho. 




VI


Acordei cedinho. 
Ainda envolto em todo aquele carinho.
Preparei-lhe logo o pequeno-almoço com frutas e cafezinho.
E como ela tardava em acordar, depois de abrir as portadas da janela de par em par, debrucei-me sobre a cama e com os dedos
fiz-lhe cócegas para a despertar.
Ela acordou.
Um olhar meigo e doce me lançou e com um beijo quente e avassalador… me brindou.
Mesmo assim, sem qualquer pintura ou enfeite, aquela mulher era para a vista um deleite.
Em pura verdade… aquela mulher seduzia-me mais, assim… em toda aquela sua grande simplicidade.
Perdido de paixão por aquela visão tão emocionante, eu não podia, nem queria deixar de estar ao lado daquele ser tão feminino e tão deslumbrante.
Conheci-a menina.
Tomei-a nos braços, contornei a sua timidez, sem falsas promessas, apenas e só… com quentes beijos e ternos abraços.
Falei-lhe de paixão. 
Falhei-lhe de amor, falhei-lhe de sexo com muito prazer, sem estigma ou dor.
E foi assim…
Que sobre ela me deitei num frio dia de Inverno.
E; sem outra razão que não fosse amor e paixão, na minha cama e não numa outra cama qualquer…
Docemente lhe roubei a inocência e meigamente… a fiz, Mulher.


Eu! 
A desejei.
Eu! 
Muito a amei. 

E á minha imagem, aquela menina e aquela mulher… eu moldei.

Entre nós, sempre existiu paixão e verdade. 
Sempre existiu uma grande cumplicidade.
Por isso…
Quando ela acordou e me falou no desejo de comigo assentar, e de raízes criar, eu recuei e assustado fiquei.
Ela tinha de partir com a família…
E para longe, ir morar.
Eu!
Ao contrário dela, tinha de ficar. 
Não a podia acompanhar.


Dias depois! O avião a levou.
O vento…
 Já muitas e muitas vezes… Mudou.
E ela…
Até hoje! 
Nunca voltou.

S@SI