ENTRE UM CIGARRO E UM CONHAQUE






Entre um cigarro e um conhaque que muito prazer me davam, eu fumava, bebia e pensava, se havia ou não… de mais uma vez te procurar.
Procurar! 

Para te falar.
Para te dizer, tudo aquilo que entre nós ficou por fazer.
Mas a certeza, de naquela noite, ter sido premeditada a tua frieza… acabou por vencer toda a minha dúvida, toda a minha incerteza. 

Naquela noite!
Tu estavas belíssima e, como sempre, numa essência rara perfumada, completamente desnudada e sobre a cama deitada m
as incompreensivelmente para mim… também um pouco amuada. 

Tu! 
Que na cama, sempre tiveste o sangue quente, sempre foste mulher e serpente.

Eu! Nunca fui homem de zangas ou de birras.
Nunca as provoquei e por isso também nunca as tolerei.

Mas naquela noite, o fogo em mim ia aumentando á medida que as minhas mãos o teu voluptuoso corpo iam explorando.
Por isso te cerquei e mesmo estando tu assim, eu não resisti e te amei.





Amei-te com muita paixão e emoção.
Ardendo em calor, e mergulhado num grande tesão.

Envolvendo-te carinhosamente, todo o teu corpo explorei.

E com muita doçura todos os teus sentidos adormecidos… acordei. 


Mas mesmo assim… 
Naquele dia! 
Do teu corpo, não me senti senhor nem rei.
Porque continuei? 
Ainda hoje não sei. 

Mas em todo aquele ato de amor…
Tu nunca te mexeste. 

Tu, por uma única vez gemeste.


É verdade que com quatro letras apenas se escreve a palavra amor. 

AMOR
Define um mundo inesgotável de sensações e emoções a viver em sintonia por dois corações.

Mas ali na tua cama naquela noite não havia como negar nem mesmo esconder tudo o que estava a acontecer. 

O meu corpo tinha estremecido, e o meu entusiasmo desfalecido. 

Desiludido, saí da tua cama e do teu quarto escuro, e fui á rua, respirar um pouco de ar puro. 

Foi então que vi escrito nas estrelas…
Que a nossa relação não se escrevia com todas as letras. 

E já agora que me ligaste, para me dizeres tão grande obscenidade...

Está na hora de eu te falar verdade.


Assim...


Não sentirá mais o teu corpo e a tua pele o toque carinhoso da minha mão.

Pois decididamente, chegou a hora de simplesmente… 

Te dizer. Não.

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